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jun

Consumo superconsciente

Depois de décadas de consumismo desenfreado, iniciado desde o fim do século XIX com o processo de industrialização, surge uma nova forma de encarar a realidade: o “lowsumerism”. A ideia é simples e se baseia em consumir menos e de forma consciente. O termo vem do inglês: low, significa baixo, e, consumerism, consumismo.

O setor de arquitetura/decoração também incorporou essa proposta e a mudança de comportamento se reflete nos projetos. “As pessoas estão cada vez mais conscientes dos gastos e isso exige do arquiteto soluções criativas, funcionais e com custo otimizado. Bom gosto não precisa combinar com extravagância”, comenta o arquiteto Júnior Piacesi.

No melhor estilo “lowsumerism”, o arquiteto Júnior Piacesi usou neste projeto poucas, mas boas peças, provando que bom gosto não precisa combinar com ostentação.

Para conseguir projetos que sigam a linha “lowsumerism” é preciso optar por itens que consumam menos. “A utilização de lâmpadas de LED é uma boa opção, pois têm consumo mais baixo. Também é possível reduzir o consumo de recursos hídricos por meio de torneiras que limitam a quantidade de água utilizada e válvulas instaladas no vaso sanitário. Nas construções, há possibilidade de coleta e reuso de água da chuva”, destacam a designer de interiores Danielle Bellini e o arquiteto Luís Bellini, do escritório Bellini Arquitetura e Design.

Para Piacesi, um projeto “lowsumerism” precisa ser atemporal. “Dessa forma, conseguimos projetar ambientes que atendam à demanda do consumo consciente e sejam menos cansativos, livre de excessos e otimizados. Apostamos no básico, no cinza, no preto, no branco e cores nos objetos que possam ter vida útil curta ou serem trocados sem grandes impactos financeiros”, salienta. “Os clientes estão cada vez mais antenados e pedindo as possibilidades que a tecnologia oferece, mas de olho no baixo consumo”, constatam Danielle e Luís.